terça-feira, 26 de junho de 2012

Se Deus Quiser



"Ao invés disso, deveriam dizer: 'Se o Senhor quiser, viveremos e faremos isto ou aquilo"". (Tiago 4:15)

O livro de Atos conta a história de Felipe, de como o Senhor o abençoava à medida que ele pregava o evangelho em Samaria. Tudo corria bem. As pessoas vinham para a fé, milagres aconteciam.

Então Deus lhe disse para ir ao deserto. Não apenas para o deserto, mas para Gaza, por uma estrada que raramente era utilizada. E não só disse para ir por este caminho raramente usado como disse-lhe para ir no horário mais quente do dia. Basicamente, Deus disse: "Vá para o meio do deserto, para uma estrada deserta no horário de meio-dia e eu te mostrarei o que fazer depois."

Às vezes a vontade de Deus não faz sentido. Podemos planejar fazer uma determinada coisa, mas Deus pode intervir. Ele pode ter outro plano. Devemos nos lembrar de Deus em nossos planos, e também devemos lembrar que Ele pode mudar os nossos planos.

Muitas vezes em suas cartas, o apóstolo Paulo faz referência à vontade de Deus para a sua vida. Ele disse aos crentes de Éfeso que voltaria a eles para o ministério renovado se Deus quisesse. E ele escreveu aos Coríntios que planejava visitá-los se o Senhor desejasse.

Isso é um importante elemento para também colocarmos em nossos planos. Sempre devemos lembrar: "Se o Senhor quiser."

Às vezes a vontade de Deus nos guia de forma diferente de como gostaríamos. Mas o que devemos compreender é que a vontade de Deus é perfeita e que nunca devemos ter medo dela.

domingo, 24 de junho de 2012

MARCADO PELA GLÓRIA DO PAI


QUINTA-FEIRA, 14 DE JUNHO DE 2012





Precisamos definitivamente separar aquele tempo que vai mudar complemente as nossas vidas para sempre. Pois somente quando nos entregarmos totalmente ao Senhor é que iremos encontrá-Lo e vê-Lo face a face. Ele tocará em nós e no nosso comportamento, nas nossas atitudes. Sua glória nos atingirá diretamente e restaurará as nossas areas de fragilidade e forjará em nós o Seu caráter.

Quando o Senhor tocou no nervo da coxa de Jacó e ele passou a se arrastar fisicamente. Imagino eu no lugar de Jacó e penso, onde quer que ele pisasse, a glória de Deus o acompanhava e seu rastro agora era o rastro do Senhor, onde quer que ele passasse ficaria marcado e demarcado por Jeová. É como se através daquela deficiência o Senhor dissesse: “olha, Eu fiz isto contigo, Jacó.  Agora você vai se apoiar em mim para sempre eu te servirei de sustento e serei a sua força. Você não vai mais precisar confiar em você mesmo, por isso não será mais derrotado pela sua velha natureza, agora você vai poder depender de mim para sempre, chega de se arrastar espirutalmente Jacó.” 

Somente quando descermos ao vale como fez Jacó é que morreremos totalmente, não sairemos de lá vivos ou da mesma forma que chegamos. Ali nos entregaremos, entraremos numa luta corporal com o próprio Deus. Ele nos tocará verdadeiramente, nos tocará fisicamente e de Si saíra poder e este poder nos envolverá, Ele lutará e se não desistirmos se perseverarmos até o final Ele nos marcará e nos dará a sua identidade. 

Digo mais, com certeza não sairemos de lá os mesmos, mas sairemos marcados pela glória de Deus. A resplandecente luz inacessível ficará totalmente acessível para nós e ela nos marcará e sua marca ficará resgistrada para sempre em nós. E onde quer que formos ou estivermos a glória de Deus brilhará através de nossas vidas. Uma fresta de luz mais clara que a luz do dia nos iluminará o nosso caminho e a nossas vids para sempre. Pois, o que foi colocado no mais profundo no nosso ser mostrará que não vivemos mais, que em fim morremos e agora Cristo vive em nós. 

Pela primeira vez Jacó lutou com um verdadeiro príncipe herdeiro da promessa e venceu. Ele permitiu que Deus o tacasse profundamente tirando de si as marcas do velho Jacó em sua alma e deixasse suas indeletáveis marcas em sua vida para sempre. É verdade que o encontro de Jacó foi tão forte que o levou rastejar até o fim de sua vida, mas um detalhe apenas fisicamente e não mais espiritualmente, pois no homem interior ele foi revestido com poder e nunca mais viveria como vivera antes. Ele não precisava mais se esconder atrás de uma mascará de abençoado por Deus, agora Ele se sustentava apenas no Senhor e rastejava apenas por fora, porque por dentro ele estava de pé com um andar lindo e puro como nunca andará antes. 

Ele se mostrou disposto a passar o tempo que fosse necessário buscando aquilo ou Aquele que o levou aquele lugar, não importava quanto tempo demorasse. O que importava é que ele estava disposto sair de vez do campo da batalha errada, desgastante e improdutiva. Agora ele queria Deus e foi lutar com Deus. O Senhor estava esperando este momento e lutou com Jacó, abraçou Jacó, envolveu Jacó nos seus braços e como um pai que ao brincar com o filho se deixa ser vencido, Ele deu a vitória a Jacó. E disse-lhe:Então disse: Não te chamarás mais Jacó, mas Israel; pois como príncipe lutaste com Deus e com os homens, e prevaleceste” (Gênesis 32:28). 

Quando você for marcado pela glória de Deus tudo mudará para sempre!

Será que o Senhor pode nos tocar como tocou Jacó? O que está faltando?

Ele pode, Ele quer e este é o tempo.
Pr. Antonio Cesar - IGREJA ONLINE BRASIL - VIENA.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

O Mal Existe?


Muitos aqui devem conhecer esse texto, existem algumas versões para esse e vou colocar aqui a que acho melhor:

Um professor ateu desafiou seus alunos com esta pergunta:
-Deus fez tudo que existe?
Um estudante respondeu corajosamente:
- Sim, fez!
- Deus fez tudo, mesmo?
- Sim, professor !
Respondeu o jovem.
O professor replicou:
- Se Deus fez todas as coisas, então Deus fez o mal, pois o mal existe, e considerando-se que nossas ações são um reflexo de nós mesmos, então Deus é mau. 
O estudante calou-se diante de tal resposta e o professor, feliz, se vangloriava de haver provado uma vez mais que a Fé era um mito.
Outro estudante levantou sua mão e disse:
- Posso lhe fazer uma pergunta, professor?
- Sem dúvida - respondeu-lhe o professor.
O jovem ficou de pé e perguntou:
- Professor, o frio existe?
- Mas que pergunta é essa? Claro que existe, você por acaso nunca sentiu frio?
O rapaz respondeu:
- Na verdade, professor, o frio não existe. Segundo as leis da Física, o que consideramos frio, na realidade é ausência de calor. Todo corpo ou objeto pode ser estudado quando tem ou transmite energia, mas é o calor e não o frio que faz com que tal corpo tenha ou transmita energia. O zero absoluto é a ausência total e absoluta de calor, todos os corpos ficam inertes, incapazes de reagir, mas o frio não existe. Criamos esse termo para descrever como nos sentimos quando nos falta o calor.
- E a escuridão professor, ela existe? - continuou o estudante.
O professor respondeu :
- Mas é claro que sim.
O estudante respondeu :
- Novamente o senhor se engana, a escuridão tampouco existe. A escuridão é na verdade a ausência de luz. Podemos estudar a luz, mas a escuridão não. O prisma de Newton decompõe a luz branca nas varias cores de que se compõe, com seus diferentes comprimentos de onda. A escuridão não. Um simples raio de luz rasga as trevas e ilumina a superfície que a luz toca. Como se faz para determinar quão escuro está um determinado local do espaço? Apenas com base na quantidade de luz presente nesse local, não é mesmo? Escuridão é um termo que o homem criou para descrever o que acontece quando não há luz presente.
Finalmente, o jovem estudante perguntou ao professor:
- Diga, professor, o mal existe?
Ele respondeu :
- Claro que existe. Como eu disse no início da aula, vemos roubos, crimes e violência diariamente em todas as partes do mundo, essas coisas são o mal.
Então o estudante respondeu :
- O mal não existe, professor, ou ao menos não existe por si só. O mal é simplesmente a ausência de Deus. É, como nos casos anteriores, um termo que o homem criou para descrever essa ausência de Deus. Deus não criou o mal. Não é como a Fé ou o Amor, que existem como existe a Luz e o Calor. O mal resulta de que a humanidade não tenha Deus presente em seus corações. É como o frio que surge quando não há calor, ou a escuridão que acontece quando não há luz."

Muitos atribuem esse texto do aluno como sendo o grande Albert Einstein, porém, na verdade, o autor é desconhecido.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Filemon - pessoal versus institucional


TERÇA-FEIRA, 16 DE NOVEMBRO DE 2010


Gosto de ler essa pequena cartinha - um bilhete - sob a ótica da polêmica pessoal versus institucional. Isto tem a ver com minha biografia cristã. Em minha conversão, tornei-me membro de uma igreja evangélica cuja ideologia era basicamente a "mude a pessoa que a sociedade muda junto". Uma ideologia confusa - que confundia o pessoal e o institucional, subordinando este àquele. Depois, ao longo da minha trajetória no cristianismo, fui ficando ecumênico e "latino-americano", descobrindo uma nova ideologia: "não basta mudar a pessoa, é preciso transformar a sociedade". Então, o institucional subordinava o pessoal. Posições opostas, mas dentro do mesmo binarismo. Dois fracassos.

Agora estou aprendendo - tenho certeza que uma alternativa àquelas ideologias é possível, mas não posso descrevê-la contundementemente - um outro jeito de pensar e viver a fé cristã na sociedade globalizada. Pessoal e institucional se sobredeterminam o tempo todo, um tentando incorporar e assimilar o outro à sua lógica. Não conseguem, por isso sempre se posicionam contra, um é o verso-reverso-anverso do outro.

Volto ao bilhete paulino. A polêmica é simultaneamente institucional e pessoal. Paulo, na cadeia, escravo do Império, escreve um bilhetinho ao dono de um escravo fugido - Filemon, carcereiro existencial de Onésimo (útil), inútil servidor. Reconhece o direito do proprietário. A instituição da escravidão não é condenada, não é denunciada, não é demonizada. Apenas é reconhecida como um dado, como elemento da facticidade social no império. Paulo brinca, joga com a facticidade. O vocabulário do bilhete flutua o tempo todo entre o pedir e o ordenar, entre o pessoal e o institucional. Não se trata de negar o institucional pelo pessoal.

É diferente. Trata-se de pensar o institucional a partir do pessoal (e vice-versa). A questão é a dos limites. Paulo pede a Filemon que faça o bem. O bem não pode ser imposto, não pode ser institucionalizado. Bondade é ação pessoal, é paixão humana. Instituições são impessoais, desumanas, apesar de feitas e dirigidas por seres humanos - demasiadamente humanos, brincando com Nietzsche. O pessoal não pode invadir o institucional e vice-versa. Por isso, Paulo pede, suplica, roga, apela ao coração de Filemon. Assim, estabelece limites: quando lidamos com pessoas, sempre temos de tratá-las de modo pessoal, nunca institucional.

A instituição dá a Onésimo uma identidade: escravo. Paulo oferece outra: irmão. O contrato social despersonaliza e desumaniza ao tentar humanizar. A aliança divina personaliza e humaniza ao dizer à instituição: fique dentro de seus limites - não use as pessoas, não as abuse, não faça delas escravas. Mas a instituição, embora despersonalizadora, não é demonizada. Eu diria, tem um lugar (lugarzinho????). Pois em um mundo marcado pelo pecado, é preciso também despersonalizar e institucionalizar os mecanismos de sujeição, de dominação, de opressão, de exclusão. Senão, teríamos de ser bonzinhos com as instituições dominadoras. Mas, instituições não são pessoas. Têm de ser tratadas institucionalmente, e não pessoalmente. Que a escravidão permaneça enquanto instituição. Que a irmandade permaneça como modo de ser e de viver em conjunto.

Pessoas são seres vivos, cujo direito à vida é insuperável. Instituições não. Elas não são seres, são coisas, efeitos de ações e relações. Assim, podem morrer. Melhor, devem morrer. E morrem!

Filemon e as estruturas frágeis do cristianismo


QUINTA-FEIRA, 18 DE NOVEMBRO DE 2010


Como disse na mensagem anterior, a carta a Filemon, por constar como último escrito de Paulo, ocupa igual papel de importância. Afinal, pensariam os responsáveis pelo fechamento do cânon cristão: " - o que teria um texto de cunho pessoal a dizer dentro da Escritura Sagrada?"

Tem, e muito a dizer. Não em uma perspectiva teológica abstrata, ocupada em determinar e descobrir o que passa pela mente de Deus e quais suas ordenanças para os seres humanos. Tem a dizer quando pensamos o cristianismo como um grupo de seguidores de Jesus que vivem historicamente em tensão dialética com a sociedade e consigo mesmo, como indivíduos e como um grupo com identidade própria.

É nesse contexto que vale a pena analisar Filemon. O Júlio seguiu um caminho: a relação pessoal - institucional. Eu tomo outra trilha. A das relações frágeis do cristianismo apresentadas na carta.

E aqui há um dado importante, que é reconhecer como o social é incorporado no literário. Em outras palavras, como os dados de contexto e determinação histórica e social são inseridos e, portanto, manipulados, retrabalhados no texto que lemos, propondo, a partir daí, outra realidade social. 

Vejam o termo "prisioneiro". Paulo utiliza-o para referir-se a si mesmo como "prisioneiro de Cristo" (v.1 e 9), embora ele seja, de fato, prisioneiro do império romano. O termo é usado também em relação a Epafras, "prisioneiro comigo" (v. 23). Em que sentido? Prisioneiro em Cristo como Paulo? Ou prisioneiro do império, assim como Paulo? Nesse campo semântico podemos mencionar "escravo" (v. 16), atribuído a Onésimo em sentido concreto.

Mas o "prisioneiro" Paulo pode ter um "servo" (v. 13), referindo-se à gratidão da qual Filemon lhe é devedor, mas que é vivenciada por Onésimo, pelo menos por um tempo. Paulo, prisioneiro, sente "liberdade" para "ordenar" algo a Filemon. Ao mesmo tempo, o "escravo" Onésimo deve ser recebido por seu senhor como "irmão caríssimo" (v. 16). 

As referências acima demonstram como os elementos concretos são retrabalhados por Paulo gerando, por vezes, novos sentidos, e às vezes sentidos ambíguos. O que determina essas escolhas? A visão "teológica" que coloca todos em um mesmo nível, como cristãos e, ao mesmo tempo, apresenta escala de valores, sendo Paulo, apóstolo, alguém com autoridade sobre outros cristãos. 

Essas relações teológicas, no entanto, não são fixas, determinantes. Elas também assumem aspectos dinâmicos e tensos. O apóstolo espera "obediência" de Filemon ao receber novamente Onésimo. Mas ele "espera". Não pode exigir. Filemon ainda detém o poder supremo sobre seu escravo a partir das leis romanas. Cabe a ele decidir se abrirá mão de seu direito ou não. Mesmo o apelo a Filemon para que lembre que deve serviço de gratidão a Paulo é apenas um "apelo", sem força de ordenança. 

Portanto, a carta releva que o cristianismo opera a partir dos elementos contextuais em que vive, sejam eles concretos ou simbólicos. Sobre ou ao lado deles, constrói uma visão própria de mundo que, para existir e funcionar, "depende" da adesão dos seguidores. Por isso mesmo, o cristianismo se constrói a partir de "estruturas frágeis" que não podem ser negadas.

Isso é muito importante em tempos em que o denominacionalismo, com suas doutrinas, definições e cargos tem se tornado mais importante do que o cristianismo; em tempos em que profetas, apóstolos e sei lá mais o quê tem se dado o direito de dirigir vidas de pessoas e determinar o que devem fazer ou não. Tudo isso é uma negação do caráter frágil do caminho de Jesus em que somos chamados a seguir. 

Por isso mesmo é necessário fé, tolerância, humildade e amor. De todos para com todos. Quando essas características cristãs são abandonadas, surge a sombra negra e tenebrosa das instituições religiosas a oprimirem os cristãos e a sociedade.

TERÇA-FEIRA, 16 DE NOVEMBRO DE 2010

Filemon - pessoal versus institucional

Gosto de ler essa pequena cartinha - um bilhete - sob a ótica da polêmica pessoal versus institucional. Isto tem a ver com minha biografia cristã. Em minha conversão, tornei-me membro de uma igreja evangélica cuja ideologia era basicamente a "mude a pessoa que a sociedade muda junto". Uma ideologia confusa - que confundia o pessoal e o institucional, subordinando este àquele. Depois, ao longo da minha trajetória no cristianismo, fui ficando ecumênico e "latino-americano", descobrindo uma nova ideologia: "não basta mudar a pessoa, é preciso transformar a sociedade". Então, o institucional subordinava o pessoal. Posições opostas, mas dentro do mesmo binarismo. Dois fracassos.

Agora estou aprendendo - tenho certeza que uma alternativa àquelas ideologias é possível, mas não posso descrevê-la contundementemente - um outro jeito de pensar e viver a fé cristã na sociedade globalizada. Pessoal e institucional se sobredeterminam o tempo todo, um tentando incorporar e assimilar o outro à sua lógica. Não conseguem, por isso sempre se posicionam contra, um é o verso-reverso-anverso do outro.

Volto ao bilhete paulino. A polêmica é simultaneamente institucional e pessoal. Paulo, na cadeia, escravo do Império, escreve um bilhetinho ao dono de um escravo fugido - Filemon, carcereiro existencial de Onésimo (útil), inútil servidor. Reconhece o direito do proprietário. A instituição da escravidão não é condenada, não é denunciada, não é demonizada. Apenas é reconhecida como um dado, como elemento da facticidade social no império. Paulo brinca, joga com a facticidade. O vocabulário do bilhete flutua o tempo todo entre o pedir e o ordenar, entre o pessoal e o institucional. Não se trata de negar o institucional pelo pessoal.

É diferente. Trata-se de pensar o institucional a partir do pessoal (e vice-versa). A questão é a dos limites. Paulo pede a Filemon que faça o bem. O bem não pode ser imposto, não pode ser institucionalizado. Bondade é ação pessoal, é paixão humana. Instituições são impessoais, desumanas, apesar de feitas e dirigidas por seres humanos - demasiadamente humanos, brincando com Nietzsche. O pessoal não pode invadir o institucional e vice-versa. Por isso, Paulo pede, suplica, roga, apela ao coração de Filemon. Assim, estabelece limites: quando lidamos com pessoas, sempre temos de tratá-las de modo pessoal, nunca institucional.

A instituição dá a Onésimo uma identidade: escravo. Paulo oferece outra: irmão. O contrato social despersonaliza e desumaniza ao tentar humanizar. A aliança divina personaliza e humaniza ao dizer à instituição: fique dentro de seus limites - não use as pessoas, não as abuse, não faça delas escravas. Mas a instituição, embora despersonalizadora, não é demonizada. Eu diria, tem um lugar (lugarzinho????). Pois em um mundo marcado pelo pecado, é preciso também despersonalizar e institucionalizar os mecanismos de sujeição, de dominação, de opressão, de exclusão. Senão, teríamos de ser bonzinhos com as instituições dominadoras. Mas, instituições não são pessoas. Têm de ser tratadas institucionalmente, e não pessoalmente. Que a escravidão permaneça enquanto instituição. Que a irmandade permaneça como modo de ser e de viver em conjunto.

Pessoas são seres vivos, cujo direito à vida é insuperável. Instituições não. Elas não são seres, são coisas, efeitos de ações e relações. Assim, podem morrer. Melhor, devem morrer. E morrem!

Filemon e a estrutura eclesiológica do cristianismo primitivo


TERÇA-FEIRA, 23 DE NOVEMBRO DE 2010



Se no post anterior discorri sobre os aspectos frágeis que envolviam o cristianismo nascente e que podem ser discernidos na pequena carta a Filemon, neste irei focar, por outro lado, um aspecto estrutural positivo desse cristianismo. Isso significa que os primeiros cristãos viviam em uma espécie de dialética existencial, se equilibrando entre elementos sensíveis e frágeis, por um lado, e usufruindo de estruturas estáveis, por outro.


Abordo a organização eclesiológica do cristianismo daqueles tempos. Não em termos de dons, funções, teologia etc. Mas de um ponto de vista mais concreto: a existência e vivência real dos grupos cristãos. Para isso, tomo especificamente o papel de Filemon como exemplo.

Inicialmente, alguns dados: Filemon é um colaborador de Paulo (v. 1); recebe uma igreja em sua casa (v. 2); tem reanimado o coração dos santos (v. 7); deverá hospedar Paulo no futuro e deveria receber com frequência outros pregadores itinerantes (v. 22). 

Essas informações permitem concluir com uma boa dose de certeza que ele era o responsável, o líder da igreja doméstica em sua casa. Ele seria, então, o pastor dessa comunidade. Ou, para usar o termo neotestamentário, o presbítero dela.

E aqui abordo a questão estrutural. O cristianismo primitivo herdou a estrutura das famílias grego-romanas e hebraicas. Era costume do apóstolo Paulo se hospedar em casas e geralmente seus membros eram convertidos (At 16.15, 33; 18.8). São comuns também as citações a igrejas domésticas em seus escritos (Rm 16.5 [os "irmãos que se reúnem com eles" também diz respeito às igrejas domésticas - Rm 16.14, 15], Cl 4.15). 

É necessário dizer primeiramente que essas famílias eram diferentes de nossa família nuclear organizada a partir de pai-mãe-filhos. Elas eram constituídas pelo páter-família, o chefe e responsável; pela esposa e filhos; por escravos; por parentes; e por amigos. Em geral essa família possuía um comércio que funcionava na própria casa, que era grande e comportava entre 40 a 60 pessoas. 

O que me ajuda entender esse tipo de família são a famílias de coronéis do ciclo do café paulista do sec. XIX e início do XX. A estrutura era semelhante. Tanto nesta quanto na família greco-romana os parentes e amigos poderiam participar do negócio da família ou então serem prestadores de serviço em troca de acolhimento e proteção. 

Isso significa que esse tipo de família não funcionava unicamente a partir de laços de sangue, mas de relações sociais e econômicas que traziam estabilidade e segurança ao grupo. 

O cristianismo, como disse, assumiu essa estrutura e isso foi muito importante. Vejam como as figuras de páter-família e presbítero são praticamente idênticas em 1 Tm 3.1-7 (ali "bispo" é sinônimo de "presbítero", como ocorre em Tt 1.1-7). O governo e liderança familiar são centrais, também o testemunho da sociedade é fundamental. Notem como se dá a relação no v. 5: o presbítero precisa saber governar sua casa para poder governar a igreja de Deus. Por quê? Simplesmente por que a casa se torna a igreja!

Por isso mesmo o relacionamento de Timóteo com os crentes deve ser aquele das relações familiares (1 Tm 5.1-2), e as orientações familiares visam todos: maridos, mulheres, filhos e escravos. Por quê? Por que essas relações se estruturam dentro da família/igreja e elas podem definir o sucesso ou insucesso de ambas.

Como fiz referência anteriormente, quando o páter-famílias se convertia todos os membros da casa o seguiam: esposa, filhos, parentes, amigos e escravos. Toda a estrutura da casa era afetada. No entanto, havia casos raros em que alguém não adotava a religião da casa, ou então, um membro de uma casa não cristã se tornava cristão. Isso gerava tensões, como pode ser visto em 1 Pe 2.18-19; 3.1.

Bem, voltemos a Filemon. Provavelmente ele era o presbítero/pastor da igreja doméstica de sua casa (embora o título não seja usado para ele, possivelmente pelo fato de que Paulo não queria enfatizar esse aspecto). Onésimo, exceção à regra, não aderiu à fé e, o que é pior, fugiu. O que fazer?

A questão não era apenas de relacionamento entre senhor - escravo. Era entre um líder cristão e alguém que estava submetido à estrutura dirigada por ele. A decisão de Filemon, castigar o escravo fugido ou perdoá-lo e recebê-lo como irmão em Cristo afetaria todo o grupo familiar/cristão reunido em sua casa. Afinal, se houvesse outros escravos, como eles reagiriam? Como os outros membros da casa julgariam a atitude de Filemon? 

Nesse caso, a estrutura da igreja doméstica era muito importante. Qualquer que fosse a decisão de Filemon, provavelmente ela não seria questionada, nem pelo apóstolo Paulo. Ele possuía o direito espiritual que provinha de uma estrutura já estabelecida e central para toda a sociedade. Nesse caso, posso dizer mesmo que a autoridade espiritual derivava e tinha como suporte a autoridade familiar e social. 

Essa estrutura foi responsável pelo desenvolvimento do cristianismo. Ela proveu estruturas para os cristãos, segurança para pregadores e apóstolos itinerantes, e mesmo respeito social diante de outras famílias. 

Penso em nós hoje e acho que a inexistência de tal estrutura (e julgo ser impossível resgatá-la) é um dos pontos responsáveis por insucessos da igreja.


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Filemon, Igreja Primitiva, dinheiro... e nós



TERÇA-FEIRA, 23 DE NOVEMBRO DE 2010


Escrevo quase imediatamente após o Júlio para não perder o embalo e as ideias.

Seguindo o raciocínio do Júlio, e acrescentando aquilo que disse anteriormente, é minha vez de perguntar: Por que nos escritos neotestamentários o dízimo é praticamente ausente? Por que, quando se fala em dinheiro, é no contexto de ofertas específicas para fins específicos e não como uma contribuição periódica?

A resposta se encontra, se não na totalidade, pelo menos em grande parte pela estrutura da Igreja Primitiva. Como ela existia a partir da estrutura da casa greco-romana, ela não precisa de quase nada para sua existência. Os pastores/presbíteros viviam de sua profissão. Não havia templo para ser custeado e nem funcionários para serem pagos. Os pobres eram cuidados por suas famílias. 

As situações que exigiam ações financeiras específicas eram determinadas missões apostólicas ou missionárias, pobres sem famílias, ou pobres de outras igrejas como a de Jerusalém ajudada pelos crentes gentios. Talvez esqueça alguma coisa, mas nada muito além disso.

Interessante. Como a igreja dos primórdios cresceu mesmo pobre e sem dinheiro. E nós...

Concordo totalmente com o Júlio. E nós, protestantes históricos, não fiquemos apontando o dedo para práticas neopentecostais. Nós vivemos e nos estruturamos em torno do dinheiro. 

Uma igreja, para ser organizada, precisa ter recursos, e isso significa, acima de tudo, ter condição para pagar seu pastor, pagar aluguel para ele, manter o templo etc. Observem que nenhum desses tópicos foi central para a Igreja Primitiva. 

Gastamos muito do nosso tempo e dinheiro preocupados com reformar/construir/pintar nossos templos. 

E o que é pior, muitas igrejas possuem investimentos para tempos piores. Não sei se há nada pior do que isso!!!

Sim, há algo pior do que isso. Uma igreja com dinheiro investido em aplicações convivendo, ao mesmo tempo, com pobres em seu meio que quase não tem dinheiro para comer, para vestir os filhos, para educá-los dignamente, para oferecer-lhes condições mínimas de saúde. Sem falar em lazer.

Parece que os ricos de nossos igrejas assim como seus presbíteros não se preocupam com isso. A preocupação é ver quanto foi arrecado no mês passado. Se a receita aumentou ou não e outras coisas irritantes.

Natal!!!


SEXTA-FEIRA, 17 DE DEZEMBRO DE 2010


Aproveito a proximidade do natal para deixar uma pequena mensagem.

Em tempos de desesperança...

... Como deixar de crer diante da mensagem natalina?

... Como abandonar a fé, quando o improvável dos improváveis ocorreu?

... Como não amar e crer nas crianças, se o Salvador tornou-se uma delas?

... Como se manter cético se os magos, vindos de lugares distantes, creram?

... Como não ser tocado, se humildes pastores se encheram de alegria e deixaram os campos para adorar o recém-nascido?

... Como olhar para baixo, quando os céus se abriram e anjos desceram para anunciar o nascimento do Salvador?

... Como não amar os familiares, se José e Maria cercaram o recém-nascido de carinho, amor e o livraram de seus inimigos?

... Como ser apenas religioso, se os religiosos se mantiveram indiferentes ao nascimento de Jesus, o Cristo?

... Como não acreditar e lutar pela paz, se a chegada de Jesus aviva a profecia: “a bota com que anda o guerreiro na batalha e as vestes revolvidas em sangue serão queimadas”? 

... Como desprezar os idosos, se dois deles, Simeão e Ana, estiveram entre os primeiros a reconhecer a criança nos braços de Maria como o Salvador?
... Como murmurar frente às dificuldades da vida, se o Rei dos Reis repousou sobre uma manjedoura?

... Como desistir, se Deus não virou as costas para nós, mas enviou-nos seu único filho?

... Como, passado o natal, voltar à velha vida, se Jesus é o Emanuel, o Deus eternamente conosco?

As chuvas depois do natal


QUINTA-FEIRA, 13 DE JANEIRO DE 2011



Como tem acontecido em nosso país no decorrer dos anos, após o período de natal e final de ano surgem as chuvas e as tragédias.


Há inúmeros ângulos pelos quais os sofrimentos decorrentes de desmoronamentos, enchentes, destruições e mortes podem ser avaliados. Repetindo o que muitos afirmam a tempos, as instâncias governamentais em vários níveis possuem responsabilidades, assim como as populações que ocupam áreas de risco. 

No entanto, o que me incomoda neste momento é pensar sobre a participação cristã em momentos como esses. E pensá-la a partir da proximidade desses acontecimentos com o natal.

A vinda do Filho de Deus ao nosso mundo, encarnado, além da ação divina, envolveu e moveu muitas pessoas. José e Maria, que aceitaram recebê-lo e o acolheram com amor, carinho e proteção, mesmo sob pesados riscos; as variadas pessoas, fossem judeus ou gentios, que o reconheceram como o salvador e o adoraram; aqueles que, mesmo ocultos na história, participaram de seu desenvolvimento desde a infância até a idade adulta; e os discípulos, mesmo ignorantes em muitas questões a respeito do reino de Deus, se constituíram em um grupo de amizade e companheirismo.

De um ponto de vista humano, a partir de sua acolhida e recepção, Jesus respondeu com amor, graça, ensino e ações concretas. De certo modo, houve uma relação de recepção e doação entre Jesus e a humanidade. Podemos pensar que tudo que fez, o fez como decorrência da missão recebida, mas também como evidência e prova de que amava as pessoas, gostava de estar com elas e, mais, era reconhecido por tudo quanto recebeu delas. 

É nesse contexto que penso o nosso papel no mundo em momentos de sofrimento. Como Jesus, fomos recebidos por uma família, convivemos com pessoas que nos amaram e amam, fomos cuidados, ensinados e encaminhados na vida. Mais do que isso, o próprio planeta onde vivemos proveu o ambiente necessário para que pudéssemos nos desenvolver. 

Como Jesus, penso que temos uma dívida de gratidão para com a humanidade e o universo. E que o amor cristão é, acima de tudo, o reconhecimento de que Jesus Cristo foi sensível o suficiente para se irmanar com aqueles que estavam próximos dele, se alegrando ou chorando com eles. E que esse quadro é um modelo que deve ser assumido por nós, principalmente quando nossos semelhantes sofrem e necessitam de apoio e ações efetivas.

Tenho certeza que muitas comunidades cristãs estão se mobilizando para ajudar aqueles que estão sofrendo em decorrência das chuvas e enchentes. Igrejas devem estar abertas para receber pessoas que perderam bens e teto. Alimentos devem estar sendo disponiblizados para aqueles que não os têm. Roupas esquecidas em armários estão sendo enviadas àqueles que delas precisam para se vestir.

E isso tudo apenas como reconhecimento de que a humanidade tem sido generosa conosco, que a terra onde habitamos tem nos recebido bondosamente. E que a ação cristã nesse momento é uma grande oportunidade para demonstrar a relevância de nossa fé.

Narratividade e Narrativa – notinhas semióticas


SÁBADO, 5 DE FEVEREIRO DE 2011


Após o pontapé inicial do Leonel, me intrometo no percurso da bola, domino-a e passo adiante, apresentando um dos olhares que molda nosso blog.

O livro de Rute é normalmente classificado entre os livros narrativos da Torá. No meio bíblico, é costumeiro nomear como narrativa os textos que contam alguma estória ou história, têm enredo, personagens, temporalidade e espacialidade explícitas, etc. É uma classificação tradicional também em estudos literários e em lingüística, e não há nada a questionar nesse aspecto. Discussões mais interessantes têm a ver com o gênero textual (expressão melhor do que a famosa “forma literária”, já tradicional na exegese bíblica) e as abordagens possíveis a um texto narrativo.

Em Semiótica greimasiana, porém, a palavra “narrativa” é usada em dois sentidos distintos. Um deles é esse sentido tradicional mencionado acima (daí, nada a acrescentar). O outro sentido, típico da semiótica é mais interessante do ponto de vista metodológico, independentemente de aceitarmos as teses da teoria. Apresentarei, primeiramente, o conceito de narratividade (ou “Percurso narrativo”) em pequenas notas. A seguir, farei uma apropriação do conceito para a leitura de textos bíblicos:

(1) A narratividade é uma categoria da linguagem e da cultura, de modo que toda comunicação humana, todo texto, possui uma dimensão narrativa – independentemente do gênero textual ou gênero oral ou gênero discursivo de tal comunicação;
(2) “Parte-se de duas concepções complementares de narratividade: (a) narratividade como transformação de estados, de situações, operada pelo fazer transformador de um sujeito, que age no e sobre o mundo em busca de certos valores investidos nos objetos; (b) narratividade como sucessão de estabelecimentos e rupturas de contratos entre um destinador e um destinatário, de que decorrem a comunicação e os conflitos entre sujeitos e a circulação de objetos-valor. Em outros termos, as estruturas narrativas simulam a história da busca de valores, da procura de sentido.” (BARROS, Diana Luz P. Teoria do Discurso. Fundamentos Semióticos. São Paulo: Atual, 1988, p. 28);
(3) Nos anos 1990 em diante, a Semiótica acrescentou um terceiro elemento à sua compreensão de narratividade: ela é também o lugar da construção passional da identidade do sujeito da ação. Assim, além de simular a busca de valores e a procura de sentido, a narratividade semiótica simula a busca-de-si e a busca-do-outro;
(4) Enfim, a narratividade, como conceito, é um simulacro, uma simulação da vida em sociedade. Analisar a narratividade (a dimensão narrativa) oculta em um texto (narrativo, ou não), demanda reimaginar as lutas, os contratos, os acordos, as conflitividades sociais que o texto, por sua vez, também simula – a partir de uma visada (ponto-de-vista, posição ideológica, etc.)

Para citar a mim mesmo (e, subliminarmente, fazer propaganda do meu livro...):

Toda ação é concebida como um fazer-transformador de estados, e pode ser assim analisada. Por exemplo, na sentença “Jesus veio de Nazaré”, o agir de Jesus indicado pelo verbo veio produz uma transformação no sujeito Jesus: antes, ele não estava no rio Jordão; agora, ele está no rio Jordão. Para realizar uma ação, o sujeito necessita de intencionalidade e competência, que são características tanto pessoais quanto sociais. A intencionalidade engloba tanto a motivação para agir, quanto os objetivos da ação, pois quem age sempre o faz em busca de um objetivo, movido por um dever, ou por um querer. Entendendo a motivação como pessoal e social, a semiótica lhe dá o nome de manipulação. Se Jesus foi para o Jordão, é porque ele devia sair de Nazaré para realizar algum objetivo [...] 

A intencionalidade, porém, não é suficiente para dar conta da ação. É necessário que o sujeito seja capaz de realizar a ação desejada, é necessário que o sujeito tenha competência para agir. Na linguagem semiótica, a competência se desdobra em saber-fazer e poder-fazer, que sintetizam todas as competências reais de pessoas no mundo. O alvo da ação é denominado de objeto-valor e aquilo que é necessário para alcançar o alvo é denominado de objeto-modal. Dever, querer, poder e saber simulam todas as motivações e competências que, no mundo real, mobilizamos para agir. A busca de objetos-valor representa, sêmio-discursivamente, as buscas pessoais e sociais por realização, os conflitos sócio-econômicos, políticos, etc. 

A ação realizada é denominada de performance. A performance se desdobra em um fazer-ser (opera transformação no próprio sujeito da ação) e em um fazer-fazer (opera transformação na relação do sujeito com o objeto-valor). Uma vez realizada, a ação terá sido bem-sucedida ou não, o alvo terá sido alcançado ou não. Ou seja, a ação será avaliada, receberá (na linguagem semiótica) uma sanção, que pode ser positiva ou negativa. Estes quatro elementos compõem o que se chama, então, de percurso narrativo canônico – que é um simulacro (modelo) da ação humana em sociedade. A narratividade, portanto, é esse movimento, esse percurso que vai da intencionalidade (manipulação e objetivo) à sanção, passando pela competência e performance. (ZABATIERO, Júlio P. T. Manual de Exegese. São Paulo: Hagnos, 20092, p. 105s.)

SEXTA-FEIRA, 4 DE FEVEREIRO DE 2011

Novo ano, novos rumos - livro de Rute

Iniciamos um novo ano de trabalho agradecendo a Deus por sua misericórdia que se renova sobre nós e orando por sua ação poderosa e libertadora sobre aqueles que sofrem física, psíquica, emocional e espiritualmente no Brasil e no mundo.

Agradecemos também aqueles que nos têm acompanhado neste blog lendo as mensagens, divulgando-o e comentando os posts. Esperamos continuar com a presença de vocês.

E aproveitamos para informar o início de uma nova metodologia. Começaremos a discutir e comentar livros bíblicos. Em lugar de textos específicos que permitiam uma maior liberdade de abordagem, passaremos a nos deter em livros em sua totalidade. 

A ideia é comentarmos/discutirmos do início ao fim alguns livros da Bíblia no decorrer do ano. Isso trará novas perspectivas e desafios. Para tanto, queremos manter aquilo que é o diferencial proposto por este blog: a leitura/intepretação da Bíblia a partir de vários ângulos. Nesse novo exercício interpretativo continuamos contando com a participação e sugestões de vocês, nossos leitores.

Resolvemos começar com o livro de Rute. 

Antes de iniciar os comentários faremos uma discussão a respeito da metodologia a ser utilizada. Como tem sido comum neste blog, tal discussão será bastante aberta e plural. O objetivo é esclarecer, diante de propostas convencionais de comentários bíblicos, como pretendemos trabalhar. Certamente alguns tópicos já discutidos no ano passado retornarão, agora de forma mais concreta.

Posto isso, começaremos nossa caminhada. Será um prazer e uma alegria tê-los conosco!